sábado, 6 de agosto de 2011

Papo de mãe - Vânia

Oie!!! Tudo bem com vocês??
Aqui o fim de semana começou animado, já fomos passear e voltamos com alguns DVDs novos para o Mig, que agora só quer assistir filminhos e não quer mais desenhos "normais",hehehe...
Ontem passei o dia todo tentando colocar as fotos que tirei com o celular para o pc e não consegui de jeito nenhum, aparecia a mensagem "Dispositivo USB não encontrado", aí o Wellington chegou do serviço e sentou no pc e em 2 minutos as fotos foram transferidas,hehehehe...hoje a tarde venho mostra algumas das novidades.
Hoje no papo de mãe é a vez da minha amiga Vaninha, ela é aquela amiga que comentei aqui, sobre bebês high need.
Ela é um exemplo, tenho uma admiração profunda por ela, mulher de fibra mesmo e ela não tem idéia da força que ela tem. Amo demais ela e a Loly, minhas queridas do coração.
Loly e Vaninha, amo demais

"Meu nome é Vânia e sou mãe de uma linda menininha de 2 anos chamada Lorena.
Lorena é minha primeira filha.
Apesar de ser sozinha aqui no Rio de Janeiro, de viver longe de minha família, e de ser mãe de primeira viagem, na gravidez eu não ficava preocupada, eu sentia que ia saber exatamente como cuidar dela.
Mas, ao me ver com ela em casa, me senti perdida. Ela chorava muito e sempre. Ela só parava de chorar se estivesse no colo, e queria mamar o tempo todo.
Eu não sabia exatamente como agia um bebê recém-nascido, pois não tinha tido muito contato com bebês, então pensava que eram assim mesmo. Mesmo sem pesquisar sobre o assunto, intuitivamente seguia os princípios de “attachment parenting”. Nunca acreditei que um bebê podia ser manhoso ou manipulador, ou que devesse aprender a se consolar sozinho no berço – me parecia mais certo fazer o que a acalmava do que deixá-la chorando. Eu sabia que a vida aqui fora era uma novidade grande demais para ela, e achava que em alguns meses ela se habituaria e se acalmaria.
Eu ficava com ela no colo o tempo todo, pois assim ela não chorava. Quando ela dormia, eu ia colocá-la no berço e assim que seu corpinho tocava o colchão ela começava a chorar. Então, eu ficava com ela no colo também durante as sonecas. À noite, ela só dormia bem se fosse em cima de mim, então eu me sentava em uma cadeira de praia bem reclinada e colocava Lorena dentro da minha blusa.
Então comprei um sling, e nele ela ficava o tempo todo.
Meus parentes vieram me visitar, e todos que já tinham filhos ficaram me dizendo que bebês não eram assim, que não era normal um bebê chorar tanto apenas por não estar no colo.
Quando ela tinha dois meses, comentei com o pediatra sobre o comportamento dela, e ele me disse que provavelmente ela tinha refluxo oculto, já que só deixava de chorar se estivesse no colo e em pé. A ultrassonografia não revelou nenhum episódio importante de refluxo, mas mesmo assim ela passou a tomar Label e Digesan.
Apesar da medicação e das medidas posturais que passei a adotar nas mamadas, ela continuava chorando muito. Comprei uma cadeirinha vibratória, ela não aceitou ficar, não queria o berço, não queria o carrinho... Eu passava os dias preocupada, pensando que talvez minha filha tivesse alguma dor que eu não conseguia identificar. A medicação para refluxo não fazia efeito algum. Comecei a ficar muito mal, pois, além da preocupação, eu não tinha tempo de preparar algo para comer, não podia dormir, não conseguia organizar as coisas. Passava dia e noite com Lorena no colo, e não tinha quem me ajudasse. Eu tomava banho, comia, depois que meu marido chegava, mas ele só chegava bem tarde, pois trabalhava durante o dia e fazia faculdade à noite. Eu a deixava dormindo na cama com o pai e limpava minha casa durante a madrugada.
Durante o dia, às vezes precisava deixá-la chorando para ir ao banheiro, ou para preparar algo para comer. Uma vizinha me questionou o porquê de ela chorar tão alto. E eu não soube responder o porquê. Nesse dia fiquei tão triste, chorei muito com ela no colo. Eu me sentia péssima mãe, pois eu não conseguia compreender o que minha filha queria.
Um dia, ao usar a Internet, me deparei por acaso com o texto escrito por Dr.Sears sobre sua filha. Dr.Sears é um pediatra que já tinha três filhos quando nasceu sua filha Hayden, uma bebê que, ao contrário dos irmãos, não se acalmava a menos que estivesse no colo dos pais. O nascimento de Hayden fez Dr. Sears compreender que há um tipo de bebê que precisa de mais contato físico, de mais acalanto, de mais atenção que outros bebês – um tipo de bebê que ele chamou de high need.
Ao final do texto, eu estava aos prantos, mal conseguia terminar de lê-lo. Eu reconhecia em Hayden exatamente a minha Lorena, como se ela estivesse descrita ali. E eu me sentia feliz por reconhecê-la, por finalmente entendê-la, e por perceber que o tempo todo eu tinha agido intuitivamente da maneira certa, atendendo às suas necessidades.
No mesmo dia, parei de medicá-la para refluxo. Ela não tinha refluxo, pude comprovar o que eu já desconfiava. Ela só precisava de muita atenção.
Lorena passou o primeiro ano no colo, e, mais raramente, brincando no chão comigo ao seu lado. Jamais brincava se eu não estivesse ali. A imagem de uma mãe correndo atrás de um bebê pela casa aqui nunca existiu, pois desde que começou a engatinhar ela só se movimentava em minha direção.
A introdução de alimentos, que comecei aos 6 meses, foi bem lenta. E ela só aceitou realmente comer aos 9 meses. As refeições dela eram no colo, e eu tinha que estar em pé. Ela sempre comeu muito pouco. Isso me preocupava muito, mas não forcei a aceitação.
Sonecas eram outro problema. Se eu a colocasse no berço, mesmo que ela estivesse profundamente adormecida, acordava no mesmo instante ou alguns minutos depois. Ela só dormia durante o dia se fosse no colo, ouvindo barulho estático (o som do útero), acordando de 15 em 15 minutos para sugar o seio (ela não usou chupeta). À noite passou a dormir comigo e o pai em cama compartilhada, também com barulho estático. E ainda assim acordava de 3 em 3 horas.
Foi muito difícil dedicar atenção exclusiva a um bebê sem ajuda de ninguém para isso ou para os outros afazeres. Foi cansativo, foi desgastante, foi muitas vezes desesperador. Mas preferi fazer assim a deixá-la chorando, ainda mais depois de atestar que ela pedia meu colo porque realmente precisava dele.
Ao comentar sobre ela na Internet, recebi muito apoio e encontrei muitas pessoas que me ajudaram. Mas nem todas as pessoas compreendem. Já me disseram que não existem bebês high need, existem sim mães desatentas que não conseguem identificar um choro de fome ou de sono, e que eu estava errada em rotulá-la.
Mas existem sim estes bebês. E high need não é um rótulo. Costumo dizer que é um “lembrete”. Quando você está muito cansada, você se lembra que seu bebê é high need, e que isso significa que ele tem altas necessidades, que ele pede sua atenção o tempo todo porque PRECISA da sua atenção.
Hoje, posso perceber que fizemos muitos progressos.
Ela dorme em sua caminha, e vem para a minha cama na madrugada. Nesses 2 anos, foram muito raras as vezes em que dormiu a noite toda. Mas, ultimamente, só tem acordado uma vez na madrugada, e isso é uma grande conquista, já que durante muito tempo acordou a cada 2 ou 3 horas.
Ainda mama no peito, pois, em virtude de ser high need optei por esperar que desmamasse sozinha. Mas ela me pede o peito uma vez por dia, no máximo duas, e somente em casa.
Ela brinca sozinha. Come no cadeirão e está comendo sozinha às vezes. Ainda pede colo, muito menos que antes. Mas sempre pede a minha atenção.
Quando eu não sabia que ela era high need, e ela chorava tanto, eu chorava junto e dizia a ela: “Queria tanto que você pudesse me responder o que você quer...” Hoje, às vezes ela chora e eu pergunto o que ela quer, embora já saiba a resposta. Ela me diz: “Quer mamãe!” Então paro tudo e vou brincar com ela.
Aos poucos, minha Lorena vai lindamente conquistando sua autonomia, vai se transformando na criança que Dr. Sears disse que ela seria: ela é impaciente, nervosa, esgotadora, teimosa, mas é abraçável, interessante, espirituosa, expressiva... E sei que se transformará numa linda moça determinada, profunda, empática, carinhosa, apaixonada... E terei muito orgulho dela, e saberei que todo o cansaço valeu a pena."


3 comentários:

LauraJanaina disse...

Vaninha, que delícia relembrar a tua e parte da minha história, pois Renan foi assim até seu 13-15 meses, mas por questões de 'sobrevivência', ele teve que aprender a agir de outra forma. Até hoje, sinto falta de amamentá-lo. Até hoje, AMO quando ele dorme no meu peito!
A Loly é linda e será um linda criança, adolescente, moça e mulher!

*Carolina Maciel Xavier disse...

Pri, q delícia de ler a história da Vaninha, cheguei a chorar, e como uma mãe, por mais deseperada e esgotada, conseguiu ter a sensibilidade necessária para suprir os anseios da filha sem nem ao menos ter a cetreza de quais eram... uma guerreira!!!

Vânia Gonçalves disse...

Laurinha, me lembro sim q conversávamos bastante sobre Lorena e Renan. Olha, amiga, não foi por questões de "sobrevivência" q ele aprendeu a agir de outra maneira, é q esse é o caminho natural qd eles têm suas necessidades atendidas, vão crescendo seguros e deixando de demandar tanto. Dar atenção ao bebê não é estar com ele 24 horas por dia, mas entendê-lo e respeitá-lo como vc fez, pois mesmo precisando trabalhar preocupou-se em encontrar para ele uma excelente escola, onde ele teria cuidadoras q dariam a ele a atenção e o carinho q ele precisava. Então, Renan age hj de outra maneira pq é seguro e feliz. Amo vcs! Bjs

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